quinta-feira, 7 de junho de 2012

Filosofia diante do espelho em um feriado chuvoso



Pois é, cara leitora, dessa vez não vou falar do lançamento de nenhum esmalte, da nova coleção de nenhuma grife e nem do cabelo baphônico daquela atriz que a gente adora. E, se lendo o título você achou que tinha errado o endereço do blog, fica que vai ter explicação. Ou não!

Fato é que estamos em um feriado que, para muitos (incluindo euzinha aqui) será prolongado. Enquanto a maior parte das pessoas está curtindo a ressaca da noite de ontem ou em um passeio bacana, um papo com os amigos ou mesmo a companhia do namorado, eu sobrei. Choveu, namorado só vem amanhã, a grana anda curta...fiquei em casa e resolvi ler. Não sei se já conversamos sobre isso, porque falamos tanto de batons, perfumes e comprimentos de saia, mas sou apaixonada por filosofia. Não sou expert no assunto: sou apenas apaixonada, repito. Não leio para saber, leio para sentir. Sabe aquele tipo de coisa que a gente lê ou escuta que cala tão fundo no peito que a gente tem vontade de emoldurar na parede? Pois é... isso acontece comigo principalmente com um autor em especial: Friedrich Nietzsche. Não sei se você já leu Nietzsche, se sabe que apito ele toca, ou mesmo se ele te agrada. Mas o que ele escreve mexe demais comigo. E sabe o que é mais engraçado? Nietzsche escreveu essas coisas em Mil-oitocentos-e-lá-vai-fumaça, mas disse, na época, que tinha nascido póstumo, pois só seria entendido por várias gerações adiante. E não é que o cara estava certo? Olha eu aqui, em 2012, relendo o bigodudo pela milésima vez e, ainda assim, me surpreendendo. Mas só agora que chega o motivo desse post estar aqui, cara leitora (se é que eu ainda não perdi você nessas linhas densas aí atrás!). Uma frase. Apenas uma frase de Nietzsche, que eu já tinha lido e ouvido centenas de vezes, mas só agora me bateu com todo o significado que tem.

"TORNA-TE AQUILO QUE ÉS"

Ora bolas, nos tornarmos o que somos não parece bem óbvio? Deveria, né? Mas não é...nem um pouquinho. Aposto como você, assim como eu, já se pegou pensando se está no caminho certo. Se escolheu a profissão que tinha mais a ver com você. Se seu estilo combina com sua personalidade. Se está confortável com a aparência que tem. Se está honrando as promessas que fez a si mesma quando o presente era futuro. Pois é...nem sempre é fácil para nós, dentre tantas distrações e tantos desvios, encontrarmos a estrada certa para nos tornarmos aquilo que somos.



Ao ler essa frase, eu me olhei no espelho, dei uma boa analisada na vida que levo, nas conquistas e nas desistências que tive e percebi que estou distante de me tornar o que sou. E foi assim, que nessa quinta-feira chuvosa de feriado, eu resolvi mudar. Quer dizer, mudar não: resolvi ser o que sou. Aquilo que nasci para ser. Não estou feliz com o que faço, com o quanto ganho, com o quanto contribuo com aquilo em que acredito, com a quantidade de vezes que sinto orgulho de mim mesma, com a quantidade de vezes que digo que amo as pessoas que amo, com a quantidade de amor que venho dedicando a mim mesma, com meu cabelo (e olha o blog aí, gente!), com meu peso, com não fazer exercícios ou me alimentar como deveria, com não ler todos os livros na minha estante, não ver todos os filmes que prometi que veria, nem com minha responsabilidade, minha disciplina, meu comprometimento com as coisas, com as pessoas...comigo! É muito duro olhar para si assim: sem crítica e sem benevolência, com uma vontade genuína de ver nada mais e nada menos do que a verdade. Mas só assim podemos ver como estamos...e o quanto isso está perto ou longe do que realmente somos.



E o que você está fazendo aqui até agora? Simples, minha leitora. Esse blog não é sobre experimentar? Não é sobre dicas de como ser mais bonita, mais feliz? Não é sobre compartilhar as melhores coisas que descubro com você? Pois então...quando eu resolvi me tornar o que sou, quis convidar você para vir comigo. Não, não só para me acompanhar, mas para fazer o mesmo. Para prender a respiração e ter fôlego e coragem suficiente para olhar para si e saber o que mudar, o que manter, o que evoluir. O que acha? Vamos aproveitar o feriado, dia em que todo o mundo ao redor para, para que nós possamos dar andamento ao que somos? Obrigada, Nietzsche! Não é todo dia chuvoso que incita uma verdadeira transformação, não é mesmo? Mas, como dizia John Lennon, as revoluções começam na nossa própria cama. Mais um filósofo que estava coberto de razão!


5 comentários:

  1. Amiga amei seu texto, lindo!!!! Estou exatamente nesse momento da minha vida, mas tá difícil me encontrar...
    Amiga, vc é linda!!! Sempre a admirei e admiro mt, pela sua inteligência, seu humor, sua amizade, pelo amor ás coisas e pessoas q vc ama, enfim, vc él pra mim uma fonte de inspiração e perseverança. Mudar pra melhor é sempre bom, mas nunca deixe de se orgulhar pela pessoa maravilhosa q vc é. Bjs da amiga sumida, mas q te ama mt, Bia.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Ahhhh, chorei, Biazinha!!!!!! rs
      Amiga, que presente ver seu comentário aqui. Ainda mais ESSE comentário. Não é incrível a facilidade que temos de nos perder? Do que temos, do que gostamos, de quem amamos e de nós mesmos? Detesto isso... mas de uma certa forma, acho que essa resgate faz parte de crescer: saber o que vem com a gente, o que fica para trás e o que pode ser melhor. E você, minha amiga querida, vem sempre comigo! Sumida ou não! rs.
      Amo e admiro demais a mulher incrível que você se tornou, capaz de cuidar de todos, de crescer cada vez mais e de evoluir. Quanto a se encontrar, fica tranquila, amiga: o espelho está por perto justamente pra isso. E, se ele estiver embaçado, as amigas que sabem exatamente quem somos servem também! ;)
      TE AMO!!!!!

      Excluir
  2. Sou Letícia, jornalista de BH. Vim parar aqui por causa de um post da Vic Ceridono, sobre bases. Cheguei assim, sem pretensões, e fiquei encantada com seu texto!

    Também amo filosofia e já passei por esse estranhamento com o espelho... ah, quantas vezes! Estranhando corpo e alma, já me esforcei bastante pra arrancar cascas e remover máscaras até chegar cada vez mais perto do genuíno amor, o autêntico e insondável amor que vem de Deus. Sempre Ele a me conduzir pelo mundo da fé, da literatura e, claro, dos blogs (Ele é antenado, sabe) para me aproximar da caprichada criação que eu sou. Que todos somos... mas só quem tem a coragem que você demonstrou neste post - não só pela reflexão, mas também pela ousadia de registrar aqui - é capaz de caminhar por essa estrada.

    Parabéns! Que você vá cada vez mais longe... o que significa chegar bem pertinho da sua essência. ;)


    Letícia R.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Letícia, como eu adorei seu comentário!

      Muito bacana você ter chegando aqui pelo post da Vic (sou fã dela! Uma pioneiríssima na blogosfera!)e ter se identificado com um texto que surgiu justamente num desses dias em que a gente se despe de tudo diante do teclado. Como você mesma disse, é uma exposição arriscada sim...bem mais do que falar de sapatos e bolsas. Mas é saindo dessa proteção do impessoal que conseguimos receber um comentário incrível como o seu! O preço tá mais do que pago, concorda? rs

      Muito feliz por saber que você entendeu exatamente do que estava sendo falado. Ser lida é vaidade, ser compreendida é que é o prêmio!

      Muito obrigada pelo seu carinho, pelas suas palavras, e pela torcida! Que cheguemos sim, cada vez mais perto de TUDO aquilo que nascemos para ser. Avante, essencialistas! ;)

      Beijo grande e que nos falemos bem mais por aqui, viu?
      Fabí

      Excluir
  3. - Vida, fiquei muito orgulhoso de você e deste post! Não é sempre que nos expomos de forma tão honesta e sincera como você fez! E tenho certeza que esta sua auto-reflexão fez bem não apenas para você, quanto para suas seguidoras, provando a importância desta análise de nós mesmos, como um todo! Parabéns e espero que independente de onde você se encontre, esteja comigo! Te amo, todos!

    ResponderExcluir